5 mai 2020

Português, língua de escolha

Em Novembro de 2019, a UNESCO declarou 5 de Maio o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Na Casa Fernando Pessoa fomos ouvir quem escolheu o português para trabalhar literariamente, tendo como maternas outras línguas.  

«É também dia de vozes e de sotaques.», explica Clara Riso, directora da Casa Fernando Pessoa.  «O primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa foi declarado pela UNESCO em Novembro do ano passado para valorizar a língua que é de Camões, Vieira e Pessoa - e de todos os falantes a quem o jogo da gramática, da música e do pensamento possa trazer prazer. Falámos com poetas e investigadores pessoanos para quem o português é língua de escolha, sobre as palavras que os fizeram reparar nesta língua »

 

Neste vídeo, para fazer correr com o som ligado, ouvimos e vemos as palavras escolhidas pelas poetas Paola D'Agostino e Golgona Anghel e pelos investigadores Richard Zenith, Antonio Cardiello e Jorge Uribe. 

Paola D’Agostino aprendeu Português na Universidade de Nápoles L’Orientale e na Faculdade de Letras de Lisboa, que frequentou como estudante Erasmus em 1998 e mais tarde como investigadora. Desde 2000 vive e trabalha em Portugal. Autora de diversos textos na área da ficção, ensaio e tradução, publicou em português dois livros de poemas: Catar Catataus (Douda Correria) e Dançam;Dançam (com Marta Navarro, Editora A Tua Mãe).  

Golgona Anghel, traidora de várias pátrias, aprendeu a ler com Fradique Mendes. Estavam os dois na primeira juventude.

Richard Zenith é um tradutor, investigador e crítico que tem dedicado muito da sua vida profissional à obra de Fernando Pessoa. Nasceu e foi criado nos Estados Unidos. Aprendeu o português em Florianópolis, Brasil, onde viveu durante três anos. Em 1987 veio para Portugal e acabou por naturalizar-se português. Fala também italiano, espanhol e francês.  

Jorge Uribe: colombiano nacionalizado português. Editor, tradutor e professor de literatura na Universidade EAFIT de Medellín. Aprendeu português, devagar, entre os 19 e os 22 anos, pela vontade de ler Fernando Pessoa e Eça de Queirós. Continua a aprender ensinando aos outros aquilo que o levou a Portugal. Morou em Lisboa, fez doutoramento na Faculdade de Letras, e desde que partiu vive uma vida cindida: vem ao encontro sempre que pode.  

Antonio Cardiello é natural da Itália. O seu primeiro contacto com a língua portuguesa aconteceu-lhe aos 26 anos: entre Outubro de 1999 e Junho de 2000 foi aluno Erasmus da Universidade de Lisboa onde assistiu a aulas de Estudos Pessoanos e Filosofia para preparar uma tese de mestrado em Filosofia sobre Fernando Pessoa. Conseguido o grau de Mestre pela Universidade de Pádua, regressou a Portugal em 2004 e ingressou na universidade do tempo do Erasmus para tirar um doutoramento na mesma área de formação. Desde então vive em Lisboa e continua a desenvolver investigação académica.