História

Em 1920, Fernando Pessoa mudou-se com a família para o 1º direito do número 16 da Rua Coelho da Rocha, em Campo de Ourique, Lisboa. Esta foi a sua 18ª morada e aqui viveu até dias antes da sua morte, a 30 de Novembro de 1935. Este e os restantes apartamentos do edifício tiveram diferentes ocupações nos anos que se seguiram.

No final dos anos 80, a Câmara Municipal de Lisboa adquiriu o prédio, que se encontrava em mau estado de conservação e em risco de ser demolido. O facto de ter sido a última morada de Fernando Pessoa fazia deste edifício um lugar privilegiado para depósito e exibição do espólio do escritor, então na posse da Câmara Municipal de Lisboa: objectos pessoais, algum mobiliário e uma grande parte dos livros que pertenceram ao escritor. 

Inaugurada a 30 de Novembro de 1993, no dia do aniversário da morte do poeta, a Casa está desde então aberta ao público. Todo o edifício foi reconstruído, segundo o projecto da Arquitecta Daniela Ermano, mantendo-se apenas como originais a fachada, as escadas que levam ao primeiro andar e duas divisões do apartamento da família.

Desde a sua abertura que a Casa dispõe de um auditório, uma biblioteca e uma reconstituição do quarto do escritor, respondendo à sua vocação de casa de literatura de Lisboa. Em 2013, inaugurou-se uma sala multimédia, no terceiro piso.

Em 2012, a Casa passou a ser gerida pela EGEAC – empresa municipal (desde 2024 sob a marca Lisboa Cultura) que gere a maior parte dos equipamentos culturais do município –, sendo o único espaço na alçada desta entidade exclusivamente dedicado à literatura.

Entre 2019 e 2020, a Casa Fernando Pessoa foi alvo de uma profunda remodelação, que permitiu tornar o edifício mais acessível, sustentável e aumentar consideravelmente a área expositiva. O projeto de arquitetura da renovada Casa Fernando Pessoa é da autoria de José Adrião Arquitectos. O atual projeto museográfico foi feito pelos designers Nuno Quá e Cláudio Silva, em articulação com a direção da Casa, a partir de uma proposta de curadoria de Paulo Pires do Vale.  Ana Carvalho foi a museóloga responsável pela apreciação do projeto de museografia, que contou com a consultoria científica de diferentes investigadores pessoanos.  A Acesso Cultura foi consultora em matéria de acessibilidades.

Em 2021, a Casa Fernando Pessoa ganhou o prémio de Melhor Museu Português, atribuído pela APOM – Associação Portuguesa de Museologia.

Foram directores da Casa: Manuela Júdice (1993-2002), Clara Ferreira Alves (2002-2006), Francisco José Viegas (2006-2008) e Inês Pedrosa (2008-2014). Desde Julho 2014, é dirigida por Clara Riso.