Exposição

Ao longo de três pisos, a exposição está organizada em “capítulos”. No primeiro, “Os heterónimos”, quem nos visita toma contacto com o inovador jogo literário de Fernando Pessoa: a criação dos heterónimos, o complexo e divertido sistema que é marca distintiva de Pessoa na história da literatura. Aqui estão também em destaque obras de arte em que Fernando Pessoa é representado, como o célebre quadro de Almada Negreiros ou os desenhos de Júlio Pomar.
Ao mesmo tempo que são dadas a conhecer as figuras que Pessoa escolheu para se apresentar, oferece-se uma experiência de contacto muito próximo com estes trabalhos artísticos onde o escritor é representado.

Há mais obras de arte ao longo da exposição, algumas recentemente integradas no acervo. Ao longo da visita é também possível ler ou escutar poemas e outros textos de Pessoa.

A zona dedicada à Biblioteca Particular ocupa um lugar central na exposição – por isso gostamos de dizer que é o coração da Casa. Grande parte dos livros que pertenceram a Fernando Pessoa estão expostos numa espécie de caixa-forte. Embora digitalizados na totalidade, nos últimos anos estavam resguardados por questões de conservação. Agora, cumprindo todas as normas, podem também ser vistos. Este valioso conjunto, classificado como Tesouro Nacional, revela o escritor que Pessoa foi através dos livros que leu e das marcas que deixou nestas peças. Uma mesa de leitura com edições várias e diferentes traduções de Pessoa mostra várias leituras possíveis da sua obra. É um convite a parar para ler, sem barreiras entre o leitor e a literatura.

Pessoa viveu 15 anos da sua vida no primeiro andar direito deste edifício. Aí é reconstituída a planta do apartamento e também podem ser vistos documentos vários e objectos que lhe pertenceram. Estas peças permitem-nos conhecer episódios da vida de Fernando Pessoa em Lisboa, onde teve mais de 16 moradas, e na África do Sul, onde passou a juventude e onde começou a construir a sua biblioteca particular. São também testemunhos da vida da cidade no tempo em que o escritor viveu, e do meio literário em que se movia

Conta-se também aqui como era a vida artística na cidade de Lisboa nos anos em que viveu Pessoa, as suas ocupações e os textos, seus e de outros, que publicou em vida. A fechar, a história da criação do seu singular e povoado universo literário é contada com as palavras do próprio Pessoa.

Esta exposição de longa duração foi pensada para ser acessível para públicos diversos. O percurso não tem barreiras físicas, os textos foram escritos em linguagem clara, estão disponíveis recursos a pensar em pessoas surdas e pessoas com deficiência visual.
É um trabalho em curso, continuaremos a melhorá-la, a introduzir novidades, a adaptá-la de acordo com as necessidades das pessoas que nos visitam. Veja aqui antes de vir.

 

"Num dia em que finalmente desistira — foi em 8 de Março de 1914 — acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé"