Está a acabar o ano incompreensível
Morreu Eduardo Loureço, alguém que dizia que é perigoso ler Pessoa «porque está lá tudo».
Há 27 anos na mesma morada, a Casa Fernando Pessoa celebra num fim-de-semana o primeiro aniversário depois da renovação. Uma performance sobre o poder da palavra, uma oficina para crianças e adultos, uma visita a começar pelo fim – e ainda uma edição especial do programa de leituras ao telefone. Tudo isto, três dias antes da data: este ano foi preciso encontrar maneiras mais seguras de celebrar.
Cinco anos depois é tempo para novas aventuras para as duas Casas de autor da cidade de Lisboa.
Há oito meses que a Casa Fernando Pessoa chega diariamente a quem quer ouvir poemas e textos curtos numa chamada telefónica feita de pessoas para pessoas.
Nos dias que correm e nas ondas que crescem, há uma biblioteca fabulosa que atravessa o Atlântico. Vêm para Lisboa os livros de Alberto Manguel, escritor e famoso bibliófilo. Os seus 40 000 livros são doados à cidade de Lisboa e a Câmara Municipal vai criar, para eles e com eles, um Centro de Estudos sobre História da Leitura.
Quatro poetas e quatro músicos, combinam-se em duetos no novo auditório da Casa Fernando Pessoa.
A Casa Fernando Pessoa abriu novas portas acessíveis, depois de obras de remodelação e reorganização de alguns espaços. O auditório está agora localizado no piso térreo, com uma relação mais imediata com o pequeno jardim onde está a esplanada da cafetaria e restaurante.
Uma casa de três andares, uma fachada branca como outras aqui no bairro, uma morada na Rua Coelho da Rocha. Nas janelas vemos grandes letras, um código de cores, um enigma para encontrar um nome.
Num ano em que passámos muito tempo em casa, voltamos com alegria a Casa. Guardamos as práticas anteriores, como quem não esquece o que aprendeu: a equipa da Casa Fernando Pessoa continua disponível para oficinas nas escolas e percursos na cidade de Lisboa.