Na Rua Coelho da Rocha 16-18, a exposição da autoria de Pedro Matos Soares e Carlos Pittella, habita o espaço da sala de exposições temporárias. Aqui, nesta sala digital, podem ser vistos - ou revistos - alguns dos conteúdos: um vídeo com os 42 retratos de pessoas a lerem sonetos de Pessoa, a  instalação sonora com estas leituras, e a transcrição de cada um dos poemas.
No número 16 da revista Pessoa Plural pode ser consultado o artigo que serviu de fundamento para esta exposição.

Texto de parede

Como pode um poema ressoar no corpo daqueles que o lêem? Fernando Pessoa dizia de si que era um poeta essencialmente dramático. Vemos esse drama no modo como fazia da escrita uma espécie de palco para figuras literárias por si criadas, muitas vezes com relações, familiares, poéticas ou intelectuais, entre si. Para esta exposição fotografaram-se leituras não-ensaiadas e procurou fixar-se momentos de encontro do poema na voz de quem o lê. Estas imagens mostram uma teia de relações entre retratado & fotógrafo, leitor & soneto, corpo & memória, Pessoa-de-soneto & pessoa a recitar. E convidam a continuar a trama, com as novas relações com quem as vê.

Biografias

Carlos Pitella é poeta e investigador Latinx brasileiro com raízes ítalo-luso-libanesas. É autor do poemário Civilizações Volume Dois (Palimage, 2005) e coautor (com Jerónimo Pizarro) de Como Fernando Pessoa Pode Mudar a Sua Vida (Tinta-da-China, 2017). Doutor em Letras pela PUC-Rio (2012) com uma tese sobre os sonetos de Pessoa, ele editou obras de e sobre o poeta, incluindo Fausto (Tinta-da-China, 2018) e a biografia pessoana escrita por Hubert Jennings, intitulada The Poet with Many Faces (Tinta-da-China, 2019). Desde Julho de 2020, trabalha como investigador auxiliar para o Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa (CET/FLUL)

Pedro Matos Soares é investigador principal no Instituto Dom Luiz (IDL) e professor no Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia, ambos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. O seu doutoramento em Física versou sobre a turbulência e nuvens. Na última década, focou o seu esforço de pesquisa em modelação e alterações climáticas, liderando actualmente o grupo de investigação Alterações climáticas, processos na atmosfera-terra-oceanos e extremos do IDL. Ele é também fotógrafo autodidacta. A sua actividade iniciou-se nos domínios da fotografia da natureza, publicando em livros e em revistas portuguesas de conservação e vida selvagem. Nos últimos anos dedicou-se à arte contemporânea, tendo desenvolvido exposições fotográficas como Fridged, Breves Histórias sobre Beleza e Apropriação e Manimae.