«Que a Casa Fernando Pessoa seja um lugar que fica na memória»
Vêem-se daqui quatro meses até ao fim de 2021. Quatro meses de reencontro e de novo fôlego. Passa agora um ano da reabertura depois das obras de remodelação. Começa uma nova temporada, início de capítulo.
Começamos com a ocupação da Casa pela editora Douda Correria. O programa Verso Livre é uma carta branca a editoras de poesia cujo trabalho e persistência fixam em livro a poesia que assim se faz do nosso tempo.
Recomeçam as Aulas de Poesia Mundial sobre os poetas que Pessoa leu: desta vez são Samuel Taylor Coleridge e Rabindranath Tagore que saem da Biblioteca Particular de Pessoa. Continua também o Clube dos Poetas Vivos, em residência alternada: um mês na Casa, um mês no Teatro Nacional D. Maria II.
2021 é ano de Congresso Internacional Fernando Pessoa, realizado de quatro em quatro anos. Em outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian e com transmissão online, ficaremos a saber as propostas da mais recente investigação no âmbito dos Estudos Pessoanos.
Dante Alighieri morreu há 700 anos. Em muitos países celebra-se o autor de A Divina Comédia, o marco da literatura mundial que tantas reações provocou desde o início do século XIV. Em parceria com o Centro de Estudos da História da Leitura, faremos uma exposição com as personagens de Dante em marionetas, e uma sessão de leitura de poemas inéditos que devolvem os Cantos do “Inferno” aos dias de hoje.
A programação destes meses inclui dois espetáculos de movimento: I AM (K)NOT de Ana Jordão a partir de «Tabacaria» de Álvaro de Campos, e Corpo-Mapa-Livro de Marina Nabais com textos de Pessoa e companhia heteronímia. Na música, voltamos a receber os concertos dos Solistas da Metropolitana e uma noite de Jazz & Poesia, programada por Miguel Martins.
No fim de novembro, celebramos o aniversário da Casa, inaugurada em 1993. Vinte e oito anos depois, a entrada será livre e ouviremos poemas sobre casas e os seus recantos habitáveis, lidos e ouvidos por quem já conhece muito bem os cantos desta.
Quem vem a pé, quem já viaja, quem persegue um verso, quem vem matar saudades ou quem entra por acaso: que a Casa Fernando Pessoa seja um lugar que fica na memória, que desperta sensações, que puxa conversas, e que nos aproxima.
Clara Riso · Diretora da Casa Fernando Pessoa