Vincenzo Russo
De Deus noutra ocasião tratarei: Pessoa (é) Portugal segundo Eduardo Lourenço
Sinopse: Que a tentação de compreender Portugal por parte de Fernando Pessoa não seja de todo indiferente ao tempo histórico em que ele viveu – um tempo herdeiro de uma autognose elaborada, desde o século XIX pela literatura nacional – é algo já escusado. Menos escusado é reconhecer como o esforço teórico de reimaginar a pátria portuguesa do século XX e o projeto poético estejam em Pessoa imprescindíveis. Ainda por entender resta o mistério, a perplexidade perante essa plena, assumida e aproblemática identificação entre Portugal e Pessoa que Eduardo Lourenço admite existir.
Nota biográfica: É professor associado de Literatura Portuguesa e Brasileira e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade de Milão onde coordena a Cátedra António Lobo Antunes (Instituto Camões). Entre os seus volumes mais recentes: A Resistência continua. O colonialismo português, as lutas de libertação e os intelectuais italianos (Afrontamento, 2022); com Roberto Vecchi, A Literatura Portuguesa. Modos de ler (Glaciar, 2022). Em português, publicou também A supeita do Avesso. Barroco e neobarroco na poesia portuguesa contemporânea (2008). É tradutor de autores portugueses (Bocage, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Eduardo Lourenço, António Ramos Rosa, José Luís Peixoto), brasileiros e africanos. Coordena com Roberto Vecchi duas coleções editoriais: a coleção Pensiero Atlantico pela Editora Meltemi que publicou edições italianas de Eduardo Lourenço, Luandino Vieira, Miguel Cardina e António Sérgio e a coleção Tesi/Antitesi de dissertações de investigadores italianos de literaturas de língua portuguesa. De 2014 a 2021, foi Secretário Geral e Tesoureiro da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL). Organizou em 2023 com Miguel Cardina e Elisa Alberani a Exposição no Museu do Aljube e o livro Revoluções. Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974) com as fotografias do repórter italiano Uliano Lucas.