Carlos Neto

Desenvoltura e contestação: uma leitura do ensaio sobre a "Nova literatura"

Sinopse: A comunicação propõe uma leitura do ensaio “Uma literatura desenvolta ou os filhos de Álvaro de Campos”, em que Eduardo Lourenço define e analisa um fenômeno literário que participa decisivamente do processo de transformação por que passaram a literatura e a cultura portuguesas na segunda metade do século XX. Trata-se de situar o ensaio no contexto literário e cultural da época em que foi publicado, interpretá-lo à luz das principais leituras que dele foram feitas e confrontá-lo com outras perspectivas. Explicita-se, por fim, o eixo da argumentação de Eduardo Lourenço – a retomada, ainda que tardia, de uma tradição de contestação que age no “subconsciente nacional” –, enfatizando, por um lado, a especificidade do impulso libertador que remonta a Álvaro de Campos e, por outro, o caráter inovador da prosa desenvolta, a “condição de devir” que segundo Rosa Maria Martelo é intrínseca a todo fenômeno da descendência literária.

 

Nota biográfica: Carlos Conte Neto é licenciado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo e mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa com uma dissertação sobre o romance Directa, de Nuno Bragança. Atualmente, com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), realiza um doutoramento em Estudos Portugueses na NOVA FCSH sobre a ficção portuguesa dos anos 50 e 60 do século XX.