Taynnã Santos
Metáforas de vida e morte na poesia de Alberto Caeiro e Fernando Pessoa-ortónimo
Resumo
O presente estudo analisa as metáforas da estrada e da curva da estrada como representações de vida e morte na poesia de Fernando Pessoa, comparando especificamente a presença de tais metáforas na poesia atribuída a Alberto Caeiro e a Fernando Pessoa-ortónimo. Baseados no sistema da metáfora concetual proposto por Lakoff & Johnson (1980), mapeamos um conjunto de metáforas que sustentam a associação entre a estrada/vida e curva da estrada/morte e comparamos os sentidos atribuídos a elas sob as diferentes assinaturas aqui consideradas. Na comparação dos textos, identificamos pontos de distanciamento e de aproximação entre as poesias diferentemente atribuídas, bem como a função que cada um dos autores desempenha dentro de uma narrativa heteronímica para, ao final, consolidar uma perspetiva que responda ao grande projeto intra e intertextual imaginado pelo hiper-autor (Rubim,2016), autor de autores.
Nota Biográfica
Taynnã de Camargo Santos é doutorando no programa de Modernidades Comparadas na Universidade do Minho, é mestre em Literaturas de Língua Portuguesa pela mesma universidade com a dissertação Além da Curva da Estrada: metáforas de vida e morte na poesia de Alberto Caeiro e Fernando Pessoa-ortónimo. É co-fundador do coletivo literário Sinestéticas, editor da revista digital Agagê 80 e co-editor da antologia Posfácios (Urutau, 2021). Membro do Grupo de Estudos Brasileiros da Universidade do Minho.