As rosas amo dos jardins de Adónis

II

 

As rosas amo dos jardins de Adónis,
Essas volucres amo, Lídia, rosas,
       Que em o dia em que nascem,
       Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o sol, e acabam
       Antes que Apolo deixe
       O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
       Que há noite antes e após
       O pouco que duramos.  

 

 

REIS, Ricardo, Poesia, edição Manuela Parreira da Silva. Lisboa: Assírio & Alvim, 2000, pp.13-14